O Forte do Rio Vermelho

Por Sarnelli

Para quem não sabia e deseja saber, existiu , sim, um Fortim aqui no Rio Vermelho, no exato local onde está construída a nova Igreja de N.Sra. de Santana(foto), que aproveitou parte das suas fundações , conforme me disse o engenheiro que esteve à frente da construção da Igreja, bem ao lado da Casa do Peso.

Lembranças de criança , insistiam em me dizer que eu havia visto e estado nas ruínas do forte. O tempo foi passando e só então me interessei em buscar alguma informação . Então, recorri à Internet . Fiquei sabendo que o primeiro reduto , construído para proteção do ancoradouro da enseada da hoje praia da Paciência , foi abandonado em ruínas em 1759.

O Forte de São Gonçalo ( ou do Rio Vermelho ) , o único construído fora da cinta que defendia a Baía de Todos os Santos , foi abandonado e em ruínas em 1759 . Foi reconstruído a partir de 1798 durante o governo de D. Fernando Aguiar , sendo armado com seis canhões de baixo calibre ( 6 libras ) e outra peça menor ainda , de 4 libras. Construção levantada em alvenaria de pedra e cal com formato de um polígono irregular, com pouco mais de 10 canhoneiras e demais dependência.

É pouca coisa, mas já é algo. Levantei a informação por curiosidade pessoal . Se houver algum engano, se alguém tiver dados mais precisos, por favor, me corrijam. 

Mais informações coletadas na internet por nossos leitores e amigos

...O Forte de São Gonçalo do Rio Vermelho existiu onde agora fica a Igreja de Santana, no largo boêmio bairro. "Pelo mar é possível ainda observar a estrutura da fortificação", destacou o coronel. A construção foi demolida na década de 60, através de um acordo entre o Governo e a Igreja, para a construção de um novo santuário. Depois da nova edificação os moradores não deixaram que o antigo templo fosse derrubado. "Hoje existem duas Igrejas de Santana e debaixo da nova há os escombros do forte", salientou o presidente da Abraf... 

O Forte ou Reduto do Rio Vermelho situa-se no local onde foi levantada a Igreja nova de Santana nos idos da década de 60. Foi construído, de terra, inicialmente, em 1711, no governo de D. Lourenço de Almeida para proteger o porto do Rio Vermelho, onde havia um entrincheiramento primitivo. Acha-se a uma distância de cerca de 6 kms ao norte da fortaleza de Santo António da Barra. 

Tinha a forma de um polígono irregular sendo melhorado posteriormente, passou a ser de alvenaria, e sob a invocação de São Gonçalo. É do tempo do governador Manuel da Cunha Menezes um documento em que se aponta a fortificação com o nome de Reduto de São Gonçalo do Rio Vermelho. Seu armamento constava de 6 peças de ferro de calibre de 6 polegadas e uma de 4 polegadas. Em 1759 já se achava abandonado e em ruínas. Vilhena opina nos seguintes termos a respeito da utilidade da fortificação, que se levantava, inutilmente, na barra do Rio Vermelho, onde só poderiam entrar canoas e saveiros, quando bastaria fazer-se ali uma comprida trincheira, ou reduto de terra calcada, o que com pouco reparo e módica despesa produziria o mesmo efeito que a tal fortaleza. 

Nesta, a coroa haveria de gastar, no mínimo, quarenta mil cruzados. Ninguém acreditava que o inimigo fosse, por divertimento, expor-se aos tiros de sua artilharia, quando a curta distância podia desembarcar muito comodamente, sem tal risco.Durante décadas, foi usado como fortim sinalizador, para o Forte de Santo António da Barra, conhecido como Farol da Barra, instalado bem na entrada da Baía de Todos os Santos, no caso de um ataque pelo norte. Coube ao engenheiro Celso Oliva, a pedido do padre António da Rocha Vieira, construir a nova Igreja de Santana, sobre as minas do Forte, inaugurada em 1967. “Tive de mudar o projeto original que era de concreto”, disse, lembrando que se usasse essa técnica, a maresia, em pouco tempo, iría corroer os ferros da estrutura do prédio. Oliva seguiu o exemplo dos construtores do forte: colocou um muro de pedra sobre o do antigo baluarte. 

Um fato histórico relevante foi o naufrágio de Diogo Alvares Corrêa, o Caramuru, na Pedra da Concha, rochedo situado a cerca de 500 metros das ruínas do forte, onde Caramuru foi resgatado pêlos índios da tribo tupinambá. provavelmente em 1510. É possível ainda ver, no lado de trás da igreja, a emenda dos dois muros. Hoje, nada mais existe do forte, salvo os vestígios de suas ruínas. 

Texto extraído do site Fortalezas Multimídias.

O Reduto do Rio Vermelho localizava-se na foz do Rio Vermelho, a cerca de 6 Km a norte do centro histórico de Salvador, no litoral do Estado da Bahia. Constituía-se em um fortim (SOUZA, 1885:95) de faxina e terra ("boa e forte alvenaria", cf. GARRIDO, 1940:84), com planta no formato de um polígono irregular, mandado erguer em 1711, no Governo Geral de D. Lourenço de Almada (1710-11), sobre os vestígios de um antigo entrincheiramento, para proteção daquele ancoradouro (Arraial do rio Vermelho) (BARRETTO, 1958:169).

D. João V (1705-50), pela Carta-Régia de 14/set/1722 (1712?) mandou levantar o reduto e trincheira do rio Vermelho, para defender aquela parte da costa do mar (RIGHB, 1896:55). Uma Portaria da época refere-se a "Redutos": "Porquanto convém conservar os redutos, e trincheiras do rio Vermelho na forma em que estão (...)." (Documentos Históricos: Portarias (1715-1718). Vol LIV. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde/Biblioteca Nacional, 1941. p. 231).

Abandonado e em ruínas (1759), será reconstruído em alvenaria de pedra e cal sob a invocação de São Gonçalo (BARRETTO, 1958:169), a partir de 1798 (vide Forte de São Gonçalo), sendo artilhado com seis peças de ferro de calibre 6 e uma de 4.

Figura em projeto de fins do século XVIII como Novo Forte do Rio Vermelho, apresentando o desenho de um polígono irregular com treze canhoneiras e dependências de serviço sobre o terrapleno.

Abaixo arquivo de recortes de jornais com notícias do Rio Vermelho.

O Forte do Rio Vermelho

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9 Comentários
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  1. O Forte do Rio Vermelho foi tambem uma das primeiras obras do governo não concluidas no Brasil, é que durante a construção do mesmo chegou-se a conclusão que o local não era apropriado já que a pouca distância do mesmo ficava o Morro do Conselho que impedia a visão da chegad de navios inimigos. Agora querer que se derrube a Igreja de Santana só porque ela foi constuida em cima do Forte eu acho um exagero

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  2. Seu pedido é uma ordem...

    http://www.mardabahia.com.br/fortes_salv.php

    FORTE DO RIO VERMELHO
    O Forte ou Reduto do Rio Vermelho situa-se no local onde foi levantada a Igreja nova de Santana nos idos da década de 60. Foi construído, de terra, inicialmente, em 1711, no governo de D. Lourenço de Almeida para proteger o porto do Rio Vermelho, onde havia um entrincheiramento primitivo. Acha-se a uma distância de cerca de 6 kms ao norte da fortaleza de Santo António daBarra.
    Tinha a forma de um polígono irregular sendo melhorado posteriormente, passou a ser de alvenaria, e sob a invocação de São Gonçalo. É do tempo do governador Manuel da Cunha Menezes um documento em que se aponta a fortificação com o nome de Reduto de São Gonçalo do Rio Vermelho. Seu armamento constava de 6 peças de ferro de calibre de 6 polegadas e uma de 4 polegadas. Em 1759 já se achava abandonado e em ruínas. Vilhena opina nos seguintes termos a respeito da utilidade da fortificação, que se levantava, inutilmente, na barra do Rio Vermelho, onde só poderiam entrar canoas e saveiros, quando bastaria fazer-se ali uma comprida trincheira, ou reduto de terra calcada, o que com pouco reparo e módica despesa produziria o mesmo efeito que a tal fortaleza.
    Nesta, a coroa haveria de gastar, no mínimo, quarenta mil cruzados. Ninguém acreditava que o inimigo fosse, por divertimento, expor-se aos tiros de sua artilharia, quando a curta distância podia desembarcar muito comodamente, sem tal risco.Durante décadas, foi usado como fortim sinalizador, para o Forte de Santo António da Barra, conhecido como Farol da Barra, instalado bem na entrada da Baía de Todos os Santos, no caso de um ataque pelo norte. Coube ao engenheiro Celso Oliva, a pedido do padre António da Rocha Vieira, construir a nova Igreja de Santana, sobre as minas do Forte, inaugurada em 1967. “Tive de mudar o projeto original que era de concreto”, disse, lembrando que se usasse essa técnica, a maresia, em pouco tempo, iría corroer os ferros da estrutura do prédio. Oliva seguiu o exemplo dos construtores do forte: colocou um muro de pedra sobre o do antigo baluarte.
    Um fato histórico relevante foi o naufrágio de Diogo Alvares Corrêa, o Caramuru, na Pedra da Concha, rochedo situado a cerca de 500 metros das ruínas do forte, onde Caramuru foi resgatado pêlos índios da tribo tupinambá. provavelmente em 1510. É possível ainda ver, no lado de trás da igreja, a emenda dos dois muros. Hoje, nada mais existe do forte, salvo os vestígios de suas ruínas.

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  3. Está aí a complementação da informação. Desejo apenas lembrar a participação da arquiteta Lia Oliva, esposa do engenheiro Celso Oliva, na construção da Igreja de N.Santana, que andou um pouco esquecida. Assim, passa a ser de conhecimento geral mais um detalhe importante referente ao bairro do Rio Vermelho.Obrigado, Fabio.

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  4. O jornalista Biaggio Talento escreveu um artigo bem completo sobre o forte.
    Carmela vê se consegue com ele para postar aqui!!

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  5. Forte Rio Vermelho II:


    http://www.secom.salvador.ba.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=15313&Itemid=42

    ...O Forte de São Gonçalo do Rio Vermelho existiu onde agora fica a Igreja de Santana, no largo boêmio bairro. "Pelo mar é possível ainda observar a estrutura da fortificação", destacou o coronel. A construção foi demolida na década de 60, através de um acordo entre o Governo e a Igreja, para a construção de um novo santuário. Depois da nova edificação os moradores não deixaram que o antigo templo fosse derrubado. "Hoje existem duas Igrejas de Santana e debaixo da nova há os escombros do forte", salientou o presidente da Abraf...


    http://recantodasletras.uol.com.br/resenhas/715423

    ... O Reduto do rio Vermelho era um fortim com planta no formato de um polígono irregular, erguido em 1711 sobre os vestígios do antigo Arraial do rio Vermelho. Abandonado e em ruínas (1759), foi reconstruído a partir de 1798, sob a invocação de São Gonçalo.


    http://www.fortalezasmultimidia.com.br/fortalezas/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=98

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  6. Procurei essa matéria no meu CPU e cds de arquivo e nada. Perdi a cópia digitalizada. Só tem versões escritas. Uma saiu no Correio da Bahia e outra em uma revista da Secretaria da Cultura, na qual o editor me rebatizou de Pedro Biaggio Talento. O que tem de curioso no forte é a constação de Vilhena que no século XVIII constatou se tratar a primeira grande obra com erro de concepção - não servia muito por estar localizado próximo ao Morro do Conselho, que impedia a visão da aproximação de naves inimigas - e por essa razão nunca foi concluído. Enfim, deu prejuízo ao rei de Portugal.

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  7. Seguindo, mais uma vez, os nobres conselhos de nosso amigo Biaggio, depois de uma rápida pesquisa na net, encontrei estes links logo abaixo.
    É surpreendente perceber, nos textos abaixo, como a Política não evolui. São os mesmos problemas, as mesmas desculpas, as mesmas “soluções”.
    A tônica das matérias é sobre o Rio Vermelho e a construção do novo posto avançado da igreja católica e seus atores diretos e indiretos como: Osório Vilas Boas...é ele mesmo... assistência social e, pasmem, escola, centro odontológico e médico...
    Qualquer semelhança é mera coincidência...
    Preciso falar mais? Verifiquem vocês mesmos.

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/A%20TARDE,%2012.02.1959.pdf

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/parocodoriovermelho.pdf

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/conhecetuacidade.pdf

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/asuacidadelargomariquita.pdf

    Este ai é assinado por Cid Teixeira:

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/assimeuvi.pdf

    Neste link, o que me chamou atenção, foram os adjetivos usados pelo autor, na legenda da foto, sobre a nova sede da igreja(ampliem para que obtenham melhor leitura):

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/doc-polo/amoradadadona.pdf

    E este aqui te levará para todas estas e mais algumas preciosidades sobre nosso bairro, não deixem de ler o tópico Atrativos: IGREJA MATRIZ DE SANTANA DO RIO VERMELHO no fim da página:

    http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/vivendo-polo.php?cod_area=5&cod_polo=10

    Democratização da cultura e história... parabéns aos mantenedores do material.
    Pelo estado ruim das postagens, é necessária a digitalização de todo nosso acervo histórico urgentemente. Não podemos permitir vivermos sem passado.
    Digitalização já.

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  8. Um templo de arquitetura similar pode ser construído em outro terreno do Rio Vermelho . E as ruínas do forte ? Será que é possível ? Veja que passeio interessante : conhecer os 16 fortes de Salvador . A cidade de Natal só tem um e receber mais turistas que os de Salvador. Outra coisa importante, ganharíamos , novamente, a bela vista.

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  9. Fábio e Rac, vocês deram excelentes contribuições para pesquisa. Andei visitando os links enviados e achei interessante. Esse arquivo de recortes de jornais com notícias do Rio Vermelho está muito bacana.Valeu mesmo, abrigada.

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